terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Agora eu consegui abrir os olhos
Respirei fundo mas não senti cheiro de nada
Aliás, apenas o odor desde lugar
Costumamos colocar o peso de nossa miséria em outras costas
Para que o nosso sorriso continue hipocritamente alvo

Somos lobos cheirando a alfazema
Porcos envaidecidos por lamas fúteis
Propositalmente ensurdecidos para os cantos mais belos
Somos o que somos e ponto final

AH! Como seriam os louros daqueles
Que vagaram por aqui distribuindo pétalas
E foram apedrejados por nós?

AH! Me conta o que se passa na sua cabeça
Quando experimenta o ódio e o ópio
Somos anjos caídos, tortos ou perdidos?

Talvez se os meus tons e dons pudessem te envolver
E de alguma forma te trazer à tona
Perceberia que essas pequenas cruzes que carrega
Não pesam tanto quanto você quer que elas pesem

Desculpem esse canto torto
Mas também sou humano errante
Estou cansado da sua cegueira
Mesmo sabendo que sou cego também