quinta-feira, 11 de outubro de 2018

De rato em rato

De rato em rato
De passo em passo
Quem é você? Quem é você?

De perigo em perigo
De suspiro em suspiro
Onde estamos? Onde estamos?

Talvez suas lágrimas me façam rir
Talvez seus sorrisos me façam chorar
Longe do seu bom humor
E bem perto do meu semblante fechado

De rato em rato amolo minha faca
Ferina ferida, caos sob a redenção
Me fecho ao seu amanhecer cheio de chuva
Sob o teto da desimportância construo minha fortaleza

Após contar suas moedas, suma!
Dê um trago amargo no seu prazer doentio
Do alto da sua ganância sinto o cheiro da derrota
Inevitável, incontrolável, inexorável

Seu passeio entre os leões acaba de começar
Cuide das suas costas
Pois a mesma carne que alimenta, fede
A saliva não vê limite no medo

E espero, no fundo da minha decepção
Que eu esteja completamente errado
Não gosto de comemorar sangue na face
Nem mesmo dos surdos de coração