sexta-feira, 24 de julho de 2009

Cobaia

Mais uma vez estou eu às margens do rio da vida
Sentindo as ondas molhando meus pés
Como todas as outras vezes que estive aqui

As mesmas águas que molharam os pés de minha criança
Hoje acarinha os calos de pés adultos

Mesmo sabendo que a vida ainda há de cobrar
Tudo aquilo que outrora impulsionei
Tento manter o rítmo das minhas latências cardíacas

Sou de carne e alma, errante e imperfeito
E ainda assim, mesmo com todo o alvorço
Molho meu rosto com essa água impaciente

Tento não rir das mazelas da vida
Nem chorar pelas riquezas ocas
Ando apenas com um binóculo de interrogações
Tentando observar onde estará o fim da linha

Tolo e bobo, desenrolo e avalio cada metro
Vibro eletrizado em cada curva
Às vezes, cansado de emoções intensas, sorrio
E faço do meu ego cobaia de mim mesmo

domingo, 19 de julho de 2009

Você sabe me dizer o que
Significa essa sensação boa
Que acontece no meu peito
Quando te estendo a minha mão?

O mar é o meu caminho de casa

Eu te amo como uma criança
Que admira seu maior super-herói
Dentro de um sono angelical
Puro, simples e iluminado

Com meus olhos de inocência
Te farei mil perguntas
Como o sol brilha no céu?
Porque que a gente deve sorrir?

Ouvirei atento tuas respostas
Como quem ouve belas profecias
Se a emoção te fizer chorar pelos tropeços da vida
Enxugarei suas lágrimas sempre sorrindo

Deixarei que me leve para cama
Dê-me beijos de boa noite
Olharei forte nos teus olhos de mulher
E levemente em paz em seu colo adormecerei