Mais uma vez estou eu às margens do rio da vida
Sentindo as ondas molhando meus pés
Como todas as outras vezes que estive aqui
As mesmas águas que molharam os pés de minha criança
Hoje acarinha os calos de pés adultos
Mesmo sabendo que a vida ainda há de cobrar
Tudo aquilo que outrora impulsionei
Tento manter o rítmo das minhas latências cardíacas
Sou de carne e alma, errante e imperfeito
E ainda assim, mesmo com todo o alvorço
Molho meu rosto com essa água impaciente
Tento não rir das mazelas da vida
Nem chorar pelas riquezas ocas
Ando apenas com um binóculo de interrogações
Tentando observar onde estará o fim da linha
Tolo e bobo, desenrolo e avalio cada metro
Vibro eletrizado em cada curva
Às vezes, cansado de emoções intensas, sorrio
E faço do meu ego cobaia de mim mesmo
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