quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Minha alma se alimenta de uma eterna necessidade de estar apaixonado. Maluco? Carente? Leviano? Não, não, sou poeta...

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Fugitivo

Sou eu mais uma vez todo suado
Correndo com um machado na mão
Culpado mais uma vez por querer podar
Aquilo que todo mundo um dia plantou

Paro um pouco numa esquina escura
Minhas veias entrando em erupção
Assim como o meu ventre
O grande culpado por minha insensatez

Eu que não aguentei mais
Depois de tanto me esgueirar pelas bordas
Tentando ser leal a mim mesmo
Mas cansado de me submeter à tirania dos desejos

Me deixei embarcar em uma nave plástica
Quando a sede já não mais cabia em minha boca
Sou humano levando aos extremos da minha condição
De animal acuado e tenso

Daí então eis que me brota uma luz
Charmosa, cândida, sedutora
E traz um grande banquete
Para cães famintos e ferozes

Ladrei como nunca antes
Talvez tomado pelo desespero
Acorrentado pelas penitências que outrora
Eu mesmo escolhi

Engraçado que mesmo diante do imaginário
Onde o pão e o vinho não têm tanto valor
Caí de joelhos pela minha condição humana
E com as mãos banhadas de sangue subtamente eu sorri...

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A arte do seu jeito

Ponho em minha vida a arte do seu jeito
Colho em cada galho o seu brilho imaturo
Abro um casulo e vejo o sémen dos seus olhos voar

Estendo minha mão como quem oferece o pão
Cedo-lhe minha alma embrulhada pra viagem
Pronta para abraçar a imensidão

Subo cada galho cheio de expectativas
Sinto-me leve ao ver o céu se aproximar
Dentro de sua copa, verde, calmo e perfumado

Escuto a solidão lá de longe com medo do chão
Encho minha cabeça de pensamentos sem razão
Calcado de solitude mas assim meio garanhão

Deixo o pólen do teu hálito cobrir meu rosto talhado
Deixo sua juventude me servir seu banquete
Como cada mês como quem devora décadas

Salto de asas abertas para agarrar estrelas
Sinto o vento vadio acarinhar meus pelos
Olho para o lado e vejo você

Castelo de amores, pilares de energia
Sonhos disseminados, dores minimizadas
Beijos ao molho de uma eterna redenção

Só o amor constrói, só o amor entende
Só o amor sedimenta, só o amor "conhece o que é verdade"
Só o amor arrefece quando a centelha de vida esvai

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Morrer deve ser como um orgasmo. Mas sem o corpo físico pra interromper.