Ponho em minha vida a arte do seu jeito
Colho em cada galho o seu brilho imaturo
Abro um casulo e vejo o sémen dos seus olhos voar
Estendo minha mão como quem oferece o pão
Cedo-lhe minha alma embrulhada pra viagem
Pronta para abraçar a imensidão
Subo cada galho cheio de expectativas
Sinto-me leve ao ver o céu se aproximar
Dentro de sua copa, verde, calmo e perfumado
Escuto a solidão lá de longe com medo do chão
Encho minha cabeça de pensamentos sem razão
Calcado de solitude mas assim meio garanhão
Deixo o pólen do teu hálito cobrir meu rosto talhado
Deixo sua juventude me servir seu banquete
Como cada mês como quem devora décadas
Salto de asas abertas para agarrar estrelas
Sinto o vento vadio acarinhar meus pelos
Olho para o lado e vejo você
Castelo de amores, pilares de energia
Sonhos disseminados, dores minimizadas
Beijos ao molho de uma eterna redenção
Só o amor constrói, só o amor entende
Só o amor sedimenta, só o amor "conhece o que é verdade"
Só o amor arrefece quando a centelha de vida esvai
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