Tenho ouvido pelas bocas desse mundo
"A inveja é uma merda! Coitado de quem a sente!"
Olho pra trás e vejo o quanto que progredi por invejar pessoas grandiosas
A cada esquina alguém me diz
"Tire o ódio do seu coração"
Mas que culpa eu tenho de odiar a corrupção, a mesquinharia e o egoísmo?
Aliás, já cansei de ouvir que
"As pessoas têm que ser totalmente altruístas!"
E me pergunto onde fica o senso de preservação do indivíduo e a sua subsistência.
Em templos religiosos pregam-se:
"Ame a todos com toda a sua intensidade"
E resgato na memória meus sofrimentos calcados em possessividade e ciúmes - traços de um amor excessivo e doente.
Pais e mães em todo mundo verberam:
"Quero dar tudo do bom e do melhor para meus filhos"
E tenho que aturar todos os dias filhos mimados e sem senso de realidade
Padres, pastores, freis, cardeais ou sacerdotes abrem suas bocas e gritam:
"Tendes misericórdia e compaixão com o próximo"
Então choro por ter nascido num país permissivo, descabido e caótico - sem regras ou leis.
Pessoas precisam de pólos bem definidos para seu equilíbrio mental:
Bem e mal
Certo e errado
Sim e não
Céu e inferno
Deus e o diabo
E dentro dessa dicotomia perdemos grandes oportunidades de nos aceitarmos como seres não-lineares, não-vetoriais e imprevisíveis, além de claro: imperfeitos! Será arrogância buscar perfeição na imperfeição? O que é a perfeição? Somos um mix de emoções (boas ou ruins(!!!)), razões conscientes e inconscientes e uma dose da nossa bagagem espiritual.
Quantos números existem entro o 0 e 1?
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