Ando com pé pra fora do bonde
Com um silêncio latente a ponto de reverberar-se
Exercendo minha mediocre paciência
Meticulosamente cheia de bom-mocismo
Ser um quando se queria ser mil
Mil e uma maneiras de se prostituir
Cabendo em si de uma maneira singular
Comendo a alma por dentro e defecando sorrisos
Ainda assim aturo a burrice alheia
Repleta de catequismo sob um sol alienantemente altivo
Que me traz vermes decorados com fezes no prato
Certos de que estão saboreando o maior banquete do mundo
E ainda têm uma audácia podre
De me dirigirem olhares tortos
De me rotularem para facilmente me descartarem
Porque acuso com veemência toda a merda ingerida
Ser a exceção do doce vinho em um fígado afogado em cachaça
Ainda ter que manter a humildade e ser um figurão
Sem figurino, sem jeito de dançar conforme a música
Apenas aguardando uma maneira delicada de um novo amanhecer
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