quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O doce gosto da calma

Calma, meu bem
Sei que o cotidiano é mestre em nos cegar
Dança com sua magia hipnótica sutilmente
Escondendo os nossos valores mais belos

Pois é, meu amor
Esse mundo que é tão craque em nos tirar do sério
Sabe onde, quando e como nos afetar
Enquanto nós distraidamente divagamos

Sei também que o tempo é igualzinho à química
Pode se travestir de remédio ou de veneno
Depende da dose
Depende de nós...

Mas o que cada suspiro de vento me ensina
É que o amor é transmorfo
Não segue cartilha nem está sempre com a mesma roupa
E temos que aprender a lidar com suas andanças

A paciência (que é a mãe do amor)
Cruzou com o respeito e deu crias
Abraçou as almas que voavam distraídas
E assim criou as almas gêmeas

Almas que de tão gêmeas
Não conseguem mais se dissociar
Fundem seus defeitos e virtudes sem perceber
E dessa fusão nascem os conflitos

Mas nós, meu bem, crianças adultas que somos
Temos que deixar a sagacidade cavalgar em nosso quintal
Nunca deixar que o comodismo se instale
Nunca perder de vista o ponto alto da doação

Temos o dever de sermos leves como pombas sutis
Trazer a astúcia de uma raposa caçadora
Pois uma coisa ninguém é capaz de mudar
Nós sabemos com maestria fazer nossa vida feliz!

Nossas bocas não conseguem existir separadas
Nossos corpos são viciados entre si
Nossos olhos brilham numa consonância arrebatadora
Nossas almas espelham um amor tão brilhante que o sol silenciou

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