sábado, 26 de maio de 2012

Despertar




Hoje eu despertei
Pra um mundo em mim
Quanto mais vivi
Menos me inspirei

Todo amanhecer
Ao se apresentar
Traz renovações
Que eu preferia não provar

O meu peito arde
Por não ter um sol
Que me traga vista
De um lugar melhor

Pois se tudo tem
O seu tempo então me diz
Se o tempo tem coragem
De me convencer

Que a vida é mesmo justa
Mesmo quando eu
Desmonto a verdade
E faço o papel de Deus

Eu vou dissimulando
Enganando os inimigos
Me finjo de morto
Só para encontrar um abrigo

Então por gentileza
Me afague o coração
Me conte a verdade
E aperte a minha mão

Eu não sou mais criança
Pode até me castigar
Mas diga se ao final
Teremos o que comemorar

Sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...
Nas tuas mãos distraídas...

Que importa restarem as cinzas
Se a chama foi bela e alta?
Uma vida não basta ser vivida
Ela precisa ser sonhada


Composição: Mateus Lopes
Todos os instrumentos gravado por: Mateus Lopes


Licença Creative Commons
Este obra foi licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 Unported.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Filha do Sol




Preto seu olhar atravessa o horizonte
Ela só não quer dançar
Sabe como dói não ter um par tão condizente
Ela espera seu herói

Se fosse fácil abraçar o que deseja
O tempo não seria um mal-me-quer
Pois ela tem no peito um brilho
Que a torna mais que uma mulher

E se eu fizer o tempo acelerar?
E se eu deixar o sol na minha mão?

Eu já nem sei
Se ainda sou o homem que
Vencia a todos para não te ver chorar

Loucos pela carne os tolos fogem ao seu encanto
Ela só não quer deitar
Sei que sutilmente ela chora pelos cantos
Ser tão bela às vezes dói

O meu medo é que a mágoa tome espaço
Que seria de um intenso amor
E faça da sua rica vida
Uma ilha cheia de rancor

E se eu fizer o medo evaporar?
E se eu flertar com essa interrogação?

Mas hoje eu sei
Ainda sou o homem que
Vence a todos para não te ver chorar

Dona do seu sol, caminhando lentamente
Ela agora que dançar...




Composição: Mateus Lopes
Voz e Violão: Mateus Lopes



Licença Creative Commons
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O que você faria




O que você faria com a sua dor?
O que você faria para enganar o amor?
Pedaços que vão
Não quero esquecer das escolhas passadas
Agir, conseguir, lutar nunca foi em vão
Você me contaria sobre a sua dor?
E descobriria que caminho eu vou
Eu acho que não conheço meus passos
Passados são abraços sem mãos
Querer insistir, chorar não é vergonha não


Composição: Thiago Fonseca
Execução: ACME (não tenho a ficha técnica completa)

terça-feira, 8 de maio de 2012

Plenitude




Se você disser que o medo não dói mais
Que não sou capaz de ver
O que fazer quando tudo mudar
E nunca mais deixar de te ver

Mas sei que não serei capaz de te igualar
E o amor que luta para poder nos libertar

Paz, quero falar com começo, meio e fim
Coisas que me fazem sorrir
A solidão e o frenesi
Parecem que nunca terão fim
E nunca mais deixar de te ver

Mas sei que não vou te perdoar
se alguém roubar o valor de todo o meu viver
Pra sempre: tudo justifica pelo amor




Composição: Thiago Oliveira (http://juramentodigital.blogspot.com.br/)
Voz e Violão: Mateus Lopes



Licença Creative Commons
Este trabalho foi licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada.
A música é o meu caminho de casa
O medo me mantém trancado na rua

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dias de Sol

Tem dias de sol que o olho só enxerga cinza
Por mais luz que atinja a retina
Por mais cor que o mundo insista em tinturar na janela
O olho insiste em ver o cinza

Talvez a aquarela viva de cores frias
Que uma mente irrequieta tinge sem muito pudor
Acabe trazendo traços de realidade a cores mentirosas
E suas curvas malditas delineem um mundo selvagem

Dentro da mente os tons se fundem
Como gotas de chuva sobre uma tela em branco
Onde a incoloração da água caída
Seja capaz de tinturar o amor maior

Mesmo quando trovões rasgam o inconsciente
E o corpo parece não mais querer mover-se
É na grandiosa vivência da arte latente
Que o homem nasce a cada dia como quem vive eternamente