quinta-feira, 3 de maio de 2012

Dias de Sol

Tem dias de sol que o olho só enxerga cinza
Por mais luz que atinja a retina
Por mais cor que o mundo insista em tinturar na janela
O olho insiste em ver o cinza

Talvez a aquarela viva de cores frias
Que uma mente irrequieta tinge sem muito pudor
Acabe trazendo traços de realidade a cores mentirosas
E suas curvas malditas delineem um mundo selvagem

Dentro da mente os tons se fundem
Como gotas de chuva sobre uma tela em branco
Onde a incoloração da água caída
Seja capaz de tinturar o amor maior

Mesmo quando trovões rasgam o inconsciente
E o corpo parece não mais querer mover-se
É na grandiosa vivência da arte latente
Que o homem nasce a cada dia como quem vive eternamente

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