MIND
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WIND
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MIND
Aprendiz de poeta, aprendiz de compositor... Nessa vida tudo é aprendizado mesmo, né?!
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles
sábado, 8 de setembro de 2012
Até a próxima estação
O tempo de espera acabou
O som estridente do apito do trem
Me diz que é hora de carregar as malas
Com aquele clima noir no ambiente
Entro no velho amigo vagão
Acomodo minhas malas no espaço que sobrou
Sento meio desconfiado e olho pro horizonte
Esse mesmo trem que me guiou até aqui
Entra em movimento vagarosamente
Aos poucos vejo as luzes daquela bela estação
Diminuirem no foco do infinito
Silenciosamente travo em minha cabeça um diálogo tarantinesco
Faço um balanço, cato minhas certezas
Tão pequenas quanto as luzes da última estação
Sorrateiramente o sono faz minha cabeça pesar
Com os olhos cerrados abro alas para um sonho bom
Bonito, azul, um pouco frio talvez
Nele estou com minha foice na mão
Cabeça erguida, espinha ereta
Na retina uma plantação tão grande que faz meu peito apertar
E com um leve sorriso no rosto começo a capinar o meu trigal de interrogações
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