sábado, 8 de setembro de 2012

Até a próxima estação


O tempo de espera acabou
O som estridente do apito do trem
Me diz que é hora de carregar as malas

Com aquele clima noir no ambiente
Entro no velho amigo vagão
Acomodo minhas malas no espaço que sobrou
Sento meio desconfiado e olho pro horizonte

Esse mesmo trem que me guiou até aqui
Entra em movimento vagarosamente
Aos poucos vejo as luzes daquela bela estação
Diminuirem no foco do infinito

Silenciosamente travo em minha cabeça um diálogo tarantinesco
Faço um balanço, cato minhas certezas
Tão pequenas quanto as luzes da última estação

Sorrateiramente o sono faz minha cabeça pesar
Com os olhos cerrados abro alas para um sonho bom
Bonito, azul, um pouco frio talvez

Nele estou com minha foice na mão
Cabeça erguida, espinha ereta
Na retina uma plantação tão grande que faz meu peito apertar
E com um leve sorriso no rosto começo a capinar o meu trigal de interrogações

Um comentário:

lubisco disse...
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