Hoje caminhei pela praça
Estava um pouco nostálgico
Talvez triste
Um senhor reclamava do governo
Ele era servidor público
Reclama dos esquemas de corrupção que ele sabia
E isso havia afetado seu cargo
Quando o assunto mudou comentou com o mesmo amigo
O trabalho que deu para ele conseguir a escritura da sua casa
"Teve" que subornar alguns funcionários do cartório
Para que o processo "andasse mais rápido"
Uma criança estava no chão toda enrolada
Uma senhora se aproximou para dar-lhe comida
Uma outra criança veio correndo e puxou sua bolsa
E ela gritou, mas ninguém tomou uma atitude
Nem eu...
Vi estudantes reclamando como a praça estava suja
Nem desconfiavam que alguns metros antes eu já os observava
Alguns deles jogavam bitucas de cigarro no asfalto
E uma garota jogou o papel do picolé no chão
Um rapaz estava revoltado porque havia ficando alguns minutos preso numa porta giratória do banco
Lembrou-me um menor numa nota do jornal preso por fazer parte de uma quadrilha de assalto a banco...
Uma mulher passou esbravejando: "esse país é podre!"
Enfim a tarde caiu.
Pensativo fiquei.
Olhando a estátua do poeta
Me perguntei:
"Quem é o meu país?"
5 comentários:
Se não me engano, tem uma passagem do livro "a reública" que diz:
"eduquem os jovens e não precisarão punir os adultos".
"Vi estudantes reclamando como a praça estava suja
Nem desconfiavam que alguns metros antes eu já os observava
Alguns deles jogavam bitucas de cigarro no asfalto
E uma garota jogou o papel do picolé no chão"
Me lembrou o que conversamos ontem: "eu não conheço ninguém que tenha plantado coisas boas a vida inteira e não tenha colhido nada de bom de volta"...
ah! voltei à vida real já... às vezes eu acho ela um saco, mas não dá pra fugir sempre, né?
:*
Seu texto me tocou.... eu falava mto, e fazia pouco. Isso começou ame incomodar, hoje, eu parei até de falar!
Somos nós.
"Um senhor reclamava do governo
Ele era servidor público".
Este texto fala demais do que escutamos o povo articular no cotidiano, ja vivenciei um momento em que uma frase bem parecida foi falada no ponto de ônibus, nunca esqueci a forma que aqueles dois senhores falaram do governo atual e ao ler o texto me veio a recordação. A forma como os dois se saudaram foi engraçada, saudosa e crítica com relação aos "poderosos". "-oi Fulano, como o senhor está?"
E o outro..."-oi Siclano, enferrujando igual ao senado, tô fazendo nada, aposentado, sabe como é né!?"
Achei a comparação perfeita!
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