Ainda escrevo uns versos tristes
Enquanto o sol me vê chorar
O mundo dorme, o mundo sóbrio
E eu tão vivo a desesperar
É tão difícil para um garoto
Entender o coração
Que tanto pede pra amar
Que tanto sofre inquietação
Sigo os teus passos, meu amor
Sem saber sequer que aqui estou
Sigo o teu cheiro, meu amor
Aroma ingrato, venoso torpor
Como eu queria construir
Cada tijolo da nossa felicidade
Só que as palavras que recito para o espelho
Me deixam nu frente a sua face
Sou só um garoto aos dezesseis
Fantasioso e inocente
Inventando uma paixão toda torta
Tentando cantar o que mais me sente
E ao te ver longe de mim
Nos braços de um rapaz de carro limpo
Choro copiosamente sorrindo
Enquanto a coragem me joga no limbo
Tento te trazer à vida que eu construi
Mas a timidez estala seu chicote nas minhas costas
Me põe mordaças rígidas e amarras de couro
Cega os olhos onde o seu brilho nasceu
Até pensei em abdicar da vida
Já que não aprendi a viver sem teu calor
Mas achei que estaria matando a pessoa errada
Pois nessa dor que sinto só quem perde é você
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