segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dos balões vermelhos ao amanhecer

O sol se pôs após 6 anos de verão
A caminhada findou-se
As cortinas fecharam-se e o público aplaudiu
As luzes esmaeceram lentamente

Um ciclo perfeitamente cilíndrico fechou-se
Em alguns pontos pareciam mais montanhas russas
Em outros me senti em um avião turbinado em direção ao sol
Mas o sol se pôs...

As mãos calejadas dadas
Com resquícios de pólvora em suas palmas
Elos construídos com a solidez da amizade
Um tanto quanto arranhados, mas jamais destruídos

Talentos somados em nome de um sonho
Erguido com suor, vontade e paixão
Construímos acordes viscerais e pulsantes
Mas os balões vermelhos perderam forças e murcharam

Na mente ficam quadros de memórias belíssimos
De um tempo que não volta mais
De músicas que teimam em não emudecer
De verdades gritadas, cifradas e vividas

Tanta intensidade em nossos corações
Causaram rupturas em uma estrutura fragilizada pela nossa condição humana
Talvez nossos invólucros não suportaram tamanha vibração
E a base da nossa catedral cedeu

Os frutos caídos na terra cresceram
Encantaram ouvidos perdidos
Demos um adeus com sabor de lágrimas na boca
Mas o peito cheio de luz esperando o novo amanhecer

Um comentário:

Lucas Tenório disse...

É fato que os balões murcham meu amigo, fato mais verdadeiro ainda é a sua visível força, perseverança e porque não liderança que carregou durante esses 6 anos. Me entristeço em ver que você se viu obrigado a abandonar a sua obra. Força e segue em frente! Os pulmões que um dia estiveram cheios de ar esvaziam-se com o tempo e com o cansaço. Dorme, descanse e levante pra batalha novamente! Você merece meu velho! Um tanto de música na vida é indispensável para todos nós. Grande abraço! Você mais do que niguém deve saber, assim como eu aprendi, outras virão...só depende de vc.