E se eu deixasse minhas mãos contra seus olhos?
Tintas jogadas sobre o tapete da sala
Marcas de um tempo que não volta mais
Esteja onde for, num beco ou na flor
Leve na memória cada segundo que você afogou
Marcas de um tempo que pensa em voltar
Olhe para dentro e encare Narciso
Se veja no alto de um precipício
Olhe pra baixo e pule sem medo
No mesmo buraco que você me jogou
Mas meu coração é leviano
Finge-se de coitado para ter suas esmolas
Mente e desmente em cada esquina
Como se pudesse socar o mundo em mim
Digo-lhe adeus com uma faísca de remorso
Enxugo minhas lágrimas vadias e indiscretas
Que como um Midas imperfeito e casto
Só não transforma em ouro o seu coração
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