terça-feira, 11 de setembro de 2007

Amor Calado

É verdade...
Veio sorrateiro, nas entrelinhas, tomou o olimpo pelos dedos
Fincou suas raízes no terreno proibído
Subornou o bom senso
Saracoteiou-se com meu coração

Quem deu permissão pra esse guloso e entorpecente intruso?
Não lembro de Eros ter me dado a mão por uma tão inocente elocubração
As ninfas voaram, os sais evaporaram
Me restou você...
Apenas um!

Fechando os olhos senti-me descerrado
De joelhos, ao amor rendido
Um olhar me algemou
Meu colete foi aniquilado por balas que nunca quis desviar-me

Mas sem resistência percebi seus medos
Um puro e singelo toque colocou sua beleza em minhas mãos
Meta-orgasmo fundido em corpos distantes
Nó de marinheiro em nossas almas

Um beijo aconteceu, Deus abençoou
A vida sorriu, o mar calou-se
O céu duvidou, o sol comprovou
Teu corpo toquei, meu medo sucumbiu

Em seus olhos entrei
Sua libido dominei
A chuva limpou meu ego
E esqueceu de levar o furor

Setembro está findando-se
O carnaval é efêmero
E como um beija-flor, levo teu sumo e seu amor pra mim
Calando sua boca e o seu amor com um caloroso e sonoro beijo

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