terça-feira, 11 de setembro de 2007

Como posso sentir-me completo
Se ao final da noite dormes com outro?
Como terei seu âmago
Se a moral nos é inimiga?

Enforcado no próprio cordão umbilical que criamos
Arfo, puxo ar, desespero-me
Sinto minhas veias implodirem
Por causa da nossa própria devoção

Vejo em seu olhar a sinceridade
Apesar suas vis palavras ecoarem na minha cabeça
Quero cegamente acreditar em teus lábios
Mas o seu rastro que me foi delatado me choca

Tenho em minhas mãos uma mulher completa
Corpo, alma, sorriso e paixão
Transcedentes características ofuscada pela mãe das sorrateiras imperfeições
A sua volatilidade

Meus sonhos abrigam-te, inebriam-te, acolhem-te
Mas as dores queimam meu ventre ao amanhecer
Pelo simples fato de ter que aceitar nossa lúgubre condição
De amantes

Tenho perdido a paciência, tenho perdido o brilho
Não quero contentar-me mais com as bordas
Quero o sumo
E nada mais

Lágrimas derramadas não seriam o bastante
Mulher igual não há
Voluptosa leva-me às estridentes rajadas
De gozo e dor, um antes outro depois

Dor essa que sou obrigado a carregar
Dentro desta inocente criança
Que vive para tentar amar mesmo quem não deve ser amado
E mesmo assim percebo que neste filme a vilã triunfa no final

Não consigo mais disfarçar minha frustração
A história escrita por brincadeira
Como um passe de mágica virou verdade
E temo que termine como não foi destinada

Tenho medo de seus segredos
Tenho medo de traição
Mas se o seu conceito de amor for igual ao meu
Seremos os reis do mundo

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