terça-feira, 11 de setembro de 2007

Olhos afiados

Ouço passos pela calçada
Ouço o medo respirar
Corro além do seu alcance
Fujo dos seus olhos afiados

Sigo a sombra além da sua ambição
Obcecado sumo dentre os prédios
Consigo daqui ver suas veias pulsarem
Sinto a tensão percorrer minhas entranhas

Sim! Corro com medo do seu "sim"
E pânico de usar meu "não"
Um busto na praça me olha sorrindo
Liberto o beijo e o coração

Vejo as folhas secas alisando meu rosto
Sinto as feridas dos joelhos arderem
Esqueço nosso passado sagrado
E expurgo meu sexo entre suas mãos

Mesmo longe da sua boca
Posso sentir o veneno me sufocar
Pisco os olhos e deusa te amo
E escravo seu faço a Terra parar

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