Ter sentimentos
Ter café-da-manhã
Ter olhares
Ter lençóis
Ter fardos e abraços
Ter lágrimas e sorrisos
Ter segurança e devaneios
Ter lamentos e dores
Ter amor e ódio
Ter paixão e sangria
Ter fusão e fragmentos
Ter tédio e carnaval
Ter mulher e menina
Ter sumo e casca
Ter suor e embriaguêz
E não ter liberdade
Ter medo e vergonha
Ter nudez e beleza
Ter chinelos de borracha
E não ter pés no chão
Ter um abraço frustrado
Ter delírios de beija-flor
Ter máscaras no rosto
E beijos insossos
Libertar-se-ia em dia de luto
Se o passado trancafiado
Em berço esplêndido adormecesse
E em sono profundo se guardasse
E nascendo no dia de sua morte
Com bandeira branca pro mundo
E a paz em si deitasse
Num momento de sublimidade
Finalizando um soneto
Sem sentido aparente
Mas de um coração de um homem
Se fizesse imponente
E a espada fincada em seu peito
Com o sangue da vitória
Me dê segurança, senhora
E aos céus iremos embora
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